HISTÓRICO
Fundação: 19/11/1720(288 anos)
Emancipação Politica : 01/08/1890
Instalação: 19/08/1890
Toponímia: Pátria ou Lugar dos Urubus
Variação Toponímica: Serra dos Corvos, Sitio Arraial, São João do Arraial, São João da Uruburetama ,Arraial e Uruburetama.
Padroeiro: São João Batista
Dia: 24 de junho
Arquitetura: Nossa cidade traz nas fachadas de seus mais de 77 casarões antigo o seu passado glorioso, são prédios do começo do século XVIII, período onde a cana-de-açúcar era nossa principal fonte de riqueza, seus barões para mostra seu poder e prestigio construíam suas moradias com estilo e luxo para assim se destacar. Nosso Centro Histórico traz aos visitantes belíssimas riquezas arquitetônicas das quais podemos destacar: Cadeia Municipal, Casarão da Dra. Heloína, Casarão da Dona Zilar, etc.
Evolução política: O Dec. Nº 34, de 1º de agosto de 1890, criou o município, com sede na povoação de Arraial, então, elevado à vila , sendo inaugurado a 19 do mesmo mês. Suprimido pela Lei nº 453, de 22 de agosto de 1898, foi restaurado pela de nº 526, de 28 de julho de 1899, com o nome de São João da Uruburetama, dando-se a reinauguração a 14 de setembro. Com o vigente do Dec. nº 1156, de 04 de dezembro de 1933, voltou a ter o nome de Arraial, até que o Dec. nº 448, de 20 de dezembro de 1938, anexo nº 01, nota nº 24 da 2ª parte, fixou a denominação – Uruburetama. A vila fora elevada a categoria de cidade pelo Dec. nº 28 de julho de 1931.
Formação Eclesiástica: Com o nome de São João da Imperatriz e desmembrada da de Itapipoca, foi criada a freguesia sendo elevada à categoria de matriz a capela de São João do Arraial, pela Lei nº 2112, de 15 de dezembro de 1885. A instituição canônica deu-se pela provisão de 27 de dezembro de 1886, firmada por D. Joaquim para ai o padre João Dantas Ferreira Lima, então vigário de Ipueiras, que tomou posse a 16 de janeiro de 1887. Essa criação deve-se aos esforços do Alferes Manuel Casimiro Soares e do Padre Antero José de Lima, então vigário da Imperatriz, hoje Itapipoca.
Etimologia: A cidade está encravada na data de sesmaria concedida ao Capitão-Mór Bento Coelho de Morais e a sua neta Maria da Assunção, em 19 de novembro de 1720 retificada por outra de 6 de junho de 1725 e havida em herança pelo Tenente-Coronel Manuel Pereira Pinto e sua mulher Floriana Coelho de Morais, genro e filha do primeiro e pais da segunda. Isso a 282 anos atrás, quando nossa cidade começava a dar sues primeiros passos, para torna-se o que é hoje. Essas terras tinham sede naquela época no “Sitio Arraial”, nome que aparece pela primeira vez em documentos públicos na escritura lavrada em 09 de agosto de 1761 e assinada pelo Padre Estevão Velho Cabral de Melo, que tendo recebido anteriormente em doação três léguas de terras, do mesmo sitio para seu patrimônio sacerdotal, as reverteu aos doadores, reservado para si apenas um quarto de légua no lugar onde ele tinha “casa de moradia, com seu engenho de moer cana”. Tal denominação – Arraial – conservou-se daí para frente entre o povo e nas relações oficiais e eclesiásticas, e tem explicação no fato de ter sido encontrado aqui, pelos primeiros colonizadores, uma maloca de índios, por eles combatida. A Lei nº 526, de 23 de julho de 1899, deu-lhe o titulo de São João da Uruburetama, nome do padroeiro local adicionado ao da serra em que a cidade se encontra. Uruburetama é indígena e significa “ninho ou pátria de urubus”: - de urubu, ave e retama, pátria, região, lugar( J. de Alencar). Ou, conforme o Senador Pompeu, uma correção de – urubu-reté-taba – “casa de muitos urubus”. O Dec. nº 448, de 20 dezembro de 1938, adotou o topônimo – URUBURETAMA.
GEOGRAFIA
Área: 97,107km²
Área(% em relação ao estado): 0.65%
Altitude: 210m
Latitude: 3º 38’
Longitude: 39° 30’
Mesorregião: Norte
Microrregião: Litoral Oeste/Vale do Curu
Limites: Norte: Trairi e Itapipoca; Sul: Umirim e Itapajé; Oeste: Tururu e Umirim; Leste: Itapajé e Itapipoca.
Distritos: Sede, Santa Luzia, Itacolomy e Mundaú.
Acidentes Geográficos: O município de Uruburetama, cujo território se estende pelo maciço do mesmo nome, cujo território se estende parte pela sertão, oferece topografia acidentada, sendo os seguintes seus principais acidentes geográficos: serra do pau alto, serra de Santa Úrsula, Pico Santo Antonio, Pico Beijar-flor, pico do Itapicu, serrote Rajada, serrote verde, serrote do jenipapo, serrote Mundo Novo, serrote água fresca, serrote são domingos, serrote maracajá, rio mundaú, rio curu, riacho roncador, riacho Severino, riacho seriema, riacho preto, rio maniçoba, riacho melancia, riacho Jaguaribe, riacho tambuatã, riacho cachoeira e lagoa do Inácio.
Recursos Hídricos: Açude Mundaú (Litoral), 01 adutora e 16 poços.
Atrativos Naturais: Temos muitas bicas e matas, prontas pra o ecoturismo e o turismo de aventuras, entre nossos pontos principais: Bica do Itacolomy, Açude mundaú, Bica Brinco de Ouro, Floreta de Orquídeas, Restaurante e Chalés Tempero da Serra, etc.
Casa da Memória de Uruburetama
Fonte: George Freitas – Historiador (2007)
sábado, 17 de outubro de 2009
RIO MUNDAÚ
Nasce na parte meridional da serra de Uruburetama e caminha 160km até desembocar ao encontro do mar, na barra da praia de Mundaú. Sua bacia hidrográfica de 1500km² é formada pelos rios Angelim, Cruxati e Sororó.
Muitas lendas e histórias são contadas desde a nascente até a foz do rio, assim como em 17 de agosto de 1501, quando o navegador Américo Vespúcio afirmou em seus relatos ter avistado o litoral do Ceará a 3 030’ ao sul da linha do Equador. Essa é a posição da foz do nosso rio, em uma das mais belas praias do litoral cearense. Praia essa que foi habitada pelos índios Tapuais, dos Potiguaras em épocas remotas.
Contam que essa praia recebeu o par romântico Martim e Iracema personagens centrais do romance histórico de José de Alencar “Iracema”. O famoso casal num deleite amoroso banhou-se nas águas do Rio Mundaú, saboreando o nosso famoso peixe-camurupim. No livro, José de Alencar ressalta a abundância pesqueira e a belezas de nosso rio, isso em meados de 1865.
Mundaú em Tupi Guarani significa “rio muito tortuoso”, assim com está escrito no livro Iracema “Com o segundo sol chegaram às margens do rio, que nasce na quebrada da serra e desce a planície, enroscando-se como uma cobra. Suas voltas contínuas enganam a cada passo o peregrino, que vai seguindo o tortuoso curso; por isso chamado Mundaú”.
Nossa história começa na serra de Uruburetama, onde nasce o rio, um lugar muito importante para nossa região, a qual é chamada de Litoral Oeste, mas nossa gente a conhece por Vale do Curu. Um lugar em meio ao verde e a poluição onde se encontra a nascente, o que pouca gente sabe e da importância que tem a mesma, e que se não tomamos uma atitude imediata, corremos o risco de perdê-la em breve.
Hoje em dia a água doce é um recurso natural escasso, inclusive no interior do Ceará principalmente na região do sertão, que sofre com os processos de desertificação, escassez de água e ausência de chuvas. Muita gente ainda não acredita que poderemos perder nossos recursos hídricos. O povo não crer que nosso planeta e formado por três quartos d’água, e apenas 1% do total dessa água doce e acessível ao consumo humano. O restante é água salgada, solidifica (nas calotas polares) ou ainda águas subterrâneas.
A forma como a água do nosso rio vem sendo usada e desperdiçada é um crime! E estão sujeitas aos vários tipos de contaminações e poluições. Por outro lado, a agricultura e a exportação consomem grandes volumes d’água para satisfazer o mercado. Mesmo assim, nossa realidade local nada faz para reverter este quadro.
As mudanças climáticas e o crescimento da população mundial fazem com que a demanda de água doce seja criticamente ameaçada. De maneira progressiva, a quantidade de água disponível para o consumo humano e animal no mundo está diminuindo e ameaçando a vida e a sustentabilidade do meio ambiente. As estimativas é que em 2025 se duplicará, será de 56% maior que a oferta.
Outro estudo da ANA (Agência Nacional das Águas) afirma que se não tomamos atitudes agora em relação a nosso Rio Mundaú, em 2015 não teremos mais água suficiente, mas também hoje nosso açude mundaú abastece três cidades (Uruburetama, Tururu e o distrito de Deserto da cidade de Itapipoca) sendo essa última cidade a maior dessa região.
Os problemas ambientais que enfrentamos em nossa cidade são vários, mas o mais grave sem dúvidas é a questão da preservação da nascente do rio e a despoluição e preservação do leito do rio entre as cidades, desde Uruburetama até chegar ao Trairi na praia de Mundaú, onde o rio tem 20km navegáveis é existe um mangue que deve ser preservado.
Esses são os motivos que levarão o rio a sumir e conseqüentemente faltar água potável para todos dessa região. Essa situação que está acontecendo com os rios brasileiros é um absurdo, vejamos o caso do Rio São Francisco, é uma violação aos Direitos Humanos, afinal a água e um direito de todos.
Parece impossível, que em pleno nordeste brasileiro, exista uma região tão cheia de riquezas naturais, ao mesmo tempo em que não são preservadas. Sendo que no sertão do Inhamus, Irauçuba... Estão passando sede e não tem nada para plantar e comer, por falta de água. Enquanto nós poluímos e destruídos nossos recursos naturais sem pensar no amanhã.
No decorrer do rio encontramos homens e mulheres vivendo dele e se utilizando de suas águas de várias maneiras: pescar, beber, brincar, lavar, irrigar. Então, o que fazer para salvar esse nosso patrimônio natural? Passei horas vendo suas águas passando, sob meus pés, refletindo sua importância embaixo de um velho Juazeiro. Então pensei... Por que nossa gente não preserva o nosso rio? Então sonhei, um dia ele vai sumir, secar ou a sua cabeceira vai encher e logo tudo vai vira uma grande correnteza.
Então virá o caos; árvores arrancadas, galhos pesados, estes arrancando tudo pela frente, pessoas morrendo, outras desmaiando e outras sumindo devorados pela fúria das águas... Uma vingança do rio, depois de anos sofrendo por nós. Depois dessa visão catastrófica do futuro, espero fazer algo rápido pelo rio de nossa cidade, passando essas informações para o maior número possível de pessoas, afinal preservar a natureza não é uma questão de modismo, e sim de sobrevivência.
E como dizia nosso velho Padre Cícero “Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só”.
George Freitas – 26/11/2007
Uruburetama-Ceará
Muitas lendas e histórias são contadas desde a nascente até a foz do rio, assim como em 17 de agosto de 1501, quando o navegador Américo Vespúcio afirmou em seus relatos ter avistado o litoral do Ceará a 3 030’ ao sul da linha do Equador. Essa é a posição da foz do nosso rio, em uma das mais belas praias do litoral cearense. Praia essa que foi habitada pelos índios Tapuais, dos Potiguaras em épocas remotas.
Contam que essa praia recebeu o par romântico Martim e Iracema personagens centrais do romance histórico de José de Alencar “Iracema”. O famoso casal num deleite amoroso banhou-se nas águas do Rio Mundaú, saboreando o nosso famoso peixe-camurupim. No livro, José de Alencar ressalta a abundância pesqueira e a belezas de nosso rio, isso em meados de 1865.
Mundaú em Tupi Guarani significa “rio muito tortuoso”, assim com está escrito no livro Iracema “Com o segundo sol chegaram às margens do rio, que nasce na quebrada da serra e desce a planície, enroscando-se como uma cobra. Suas voltas contínuas enganam a cada passo o peregrino, que vai seguindo o tortuoso curso; por isso chamado Mundaú”.
Nossa história começa na serra de Uruburetama, onde nasce o rio, um lugar muito importante para nossa região, a qual é chamada de Litoral Oeste, mas nossa gente a conhece por Vale do Curu. Um lugar em meio ao verde e a poluição onde se encontra a nascente, o que pouca gente sabe e da importância que tem a mesma, e que se não tomamos uma atitude imediata, corremos o risco de perdê-la em breve.
Hoje em dia a água doce é um recurso natural escasso, inclusive no interior do Ceará principalmente na região do sertão, que sofre com os processos de desertificação, escassez de água e ausência de chuvas. Muita gente ainda não acredita que poderemos perder nossos recursos hídricos. O povo não crer que nosso planeta e formado por três quartos d’água, e apenas 1% do total dessa água doce e acessível ao consumo humano. O restante é água salgada, solidifica (nas calotas polares) ou ainda águas subterrâneas.
A forma como a água do nosso rio vem sendo usada e desperdiçada é um crime! E estão sujeitas aos vários tipos de contaminações e poluições. Por outro lado, a agricultura e a exportação consomem grandes volumes d’água para satisfazer o mercado. Mesmo assim, nossa realidade local nada faz para reverter este quadro.
As mudanças climáticas e o crescimento da população mundial fazem com que a demanda de água doce seja criticamente ameaçada. De maneira progressiva, a quantidade de água disponível para o consumo humano e animal no mundo está diminuindo e ameaçando a vida e a sustentabilidade do meio ambiente. As estimativas é que em 2025 se duplicará, será de 56% maior que a oferta.
Outro estudo da ANA (Agência Nacional das Águas) afirma que se não tomamos atitudes agora em relação a nosso Rio Mundaú, em 2015 não teremos mais água suficiente, mas também hoje nosso açude mundaú abastece três cidades (Uruburetama, Tururu e o distrito de Deserto da cidade de Itapipoca) sendo essa última cidade a maior dessa região.
Os problemas ambientais que enfrentamos em nossa cidade são vários, mas o mais grave sem dúvidas é a questão da preservação da nascente do rio e a despoluição e preservação do leito do rio entre as cidades, desde Uruburetama até chegar ao Trairi na praia de Mundaú, onde o rio tem 20km navegáveis é existe um mangue que deve ser preservado.
Esses são os motivos que levarão o rio a sumir e conseqüentemente faltar água potável para todos dessa região. Essa situação que está acontecendo com os rios brasileiros é um absurdo, vejamos o caso do Rio São Francisco, é uma violação aos Direitos Humanos, afinal a água e um direito de todos.
Parece impossível, que em pleno nordeste brasileiro, exista uma região tão cheia de riquezas naturais, ao mesmo tempo em que não são preservadas. Sendo que no sertão do Inhamus, Irauçuba... Estão passando sede e não tem nada para plantar e comer, por falta de água. Enquanto nós poluímos e destruídos nossos recursos naturais sem pensar no amanhã.
No decorrer do rio encontramos homens e mulheres vivendo dele e se utilizando de suas águas de várias maneiras: pescar, beber, brincar, lavar, irrigar. Então, o que fazer para salvar esse nosso patrimônio natural? Passei horas vendo suas águas passando, sob meus pés, refletindo sua importância embaixo de um velho Juazeiro. Então pensei... Por que nossa gente não preserva o nosso rio? Então sonhei, um dia ele vai sumir, secar ou a sua cabeceira vai encher e logo tudo vai vira uma grande correnteza.
Então virá o caos; árvores arrancadas, galhos pesados, estes arrancando tudo pela frente, pessoas morrendo, outras desmaiando e outras sumindo devorados pela fúria das águas... Uma vingança do rio, depois de anos sofrendo por nós. Depois dessa visão catastrófica do futuro, espero fazer algo rápido pelo rio de nossa cidade, passando essas informações para o maior número possível de pessoas, afinal preservar a natureza não é uma questão de modismo, e sim de sobrevivência.
E como dizia nosso velho Padre Cícero “Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só”.
George Freitas – 26/11/2007
Uruburetama-Ceará
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